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PALAVRAS ESCRITAS À BEIRA DO ABISMO (AUTO-RETRATO)


Sei que não estou sendo o que eu queria ser,

Meu espirito está estranho e cansado,

Não entendo, mas minhas forças estão acabando,

O mundo esta muito distante do que eu imaginava,

Parece que a correnteza esta forte demais,

Mas eu não posso desistir, eu não posso me afogar.

Dê-me sua mão, preciso sair daqui,

Estou me sufocando, esta tudo errado,

Desde a hora que levanto até a hora que vou dormir,

Ajude-me com seu sorriso, o que ficou foram só tristezas,

E a saudade de um tempo que não volta mais.

O respeito acabou há tempos atrás,

Eram dias que não podiam terminar,

Eram noites de sonhos e alegrias,

Hoje tanto faz se é noite ou dia,

As mordaças me impedem de dizer o que penso e sinto,

As algemas que me colocaram me prendem a esta realidade,

Estou passando pela vida e a vida deixando cicatrizes,

Lesando a própria história com crenças já esquecidas há tempos,

Mas o mundo é isto ai que se apresenta,

O resto são apenas lamentos e fragmentos,

De palavras escritas á beira do abismo.


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