top of page

A SAGA DO HOMEM QUE NÃO QUERIA A SOLIDÃO


Eram duas da tarde e quem chegava era Marcos Vinicius, Tinha na cabeça a ideia do que fazer, Mas no coração não tinha a certeza ainda, Tinha muita vontade de viver, Ouvia de rock a música clássica, Lia de Maurício de Souza a Fernando Pessoa, Sentia o mundo todo em suas costas, E fazia com que suas feridas fossem expostas. Enquanto o problema não chegava, Ia tocando a vida de um jeito só. Sua vida era uma ciranda, os problemas iam e viam, Disfarçavam sua aparente preocupação, Já constante e latente em seu coração, Marcos era uma cara que trazia a alegria para todos, Mas a sua alma carregava uma tristeza sem fim, Eu sei, porque um dia ele pediu socorro enfim. A solidão imperava em sua vida, Mesmo que ele estivesse ao redor de muita gente, O que ele mais gostava era ter o nada â sua frente, E isto era constante, era como uma certeza em sua mente, Que o ajudava a suportar a dor de um coração solitário. E como uma sina o que o deixava tranquilo e em paz, Era seu quarto, seus livros, discos e filmes, Se tornara uma vida sem certezas e com muito "mas", Que não o deixava seguir em direção à felicidade, Compactuando com o normal e o tanto faz, Fazendo dos pesadelos uma realidade. Sua vida já estava chegando ao meio século, E mesmo assim as lições da vida não o ensinaram, E descalço ele percorria a sua própria Via Crucis, Seu martírio era ter que acordar e viver o dia, E assim passavam as horas, os dias e as incertezas. Marcos gostava de teatro e de arte, Mas ele estava sempre onde havia só a solidão como parceira, E assim ele não fazia sua parte. E toda noite ele a procurava para desabafar, Tentava em seus braços uma solução encontrar, Para que o silêncio não o enlouquecesse de vez, E como uma carta sem destino, Ele esperava por uma luz no final do túnel, Era como um segundo na eternidade. Desfrutava da companhia dos seus pífios dias, Onde tentava deixar amor, dedicação e responsabilidade, Em completa e total harmonia. A sua vida era um pesar, Era como garrafa de SOS em alto mar, Que precisava ser achada para enfim saberem da sua dor, E lançarem entre as brumas de paixões já vividas, As soluções para tanta baixa estima e tanto sofrimento, Tantas insatisfação e tanta falta de emoção, Situações adversas à felicidade tão almejada, E tão pouco alcançada por uma vida que já chega á metade de um século. E como um raio o que foi continuou, Ele tinha ajuda de quem realmente o amava, Ele tinha onde se apegar perto de seu coração, Sempre existiu uma maneira de escapar desta situação, E agora uma pessoa especial esta junto à ele, Com palavras, gestos e ações gratuitas e verdadeiras. O futuro era claro, mas o presente discutia com seus atos, Ele queria ainda mostrar que existia vários caminhos, E que como um pássaro, seria dele a vontade de voltar para o ninho, Tranquilo, feliz e ileso, Como também certo de que nesta vida o melhor foi feito, E que não resta mais nada à fazer, A não ser viver e viver muito bem.

12/08/15


Destaque
Tags
Nenhum tag.
bottom of page