ALÉM DA JANELA
Desde quando preciso de vc pra eu ver além da janela,
Eu bebo da minha própria água,
Escolho minha própria razão,
Que não é o que sente o meu coração.
O que meu dia a dia diz é o que me rege.
Entre cacos e escombros me lembro de você,
Da sua raiva,da sua falta de paciência,
A sua desfaçatez pelo seu egoísmo,
Escancara seus próprios medos,
Engole todos em sua volta,
E cospe pra longe a minha admiração por você.
Não aponte seu dedo pra mim,
Analise o que passou com o que pode acontecer,
E experimente amar o quanto és amada,
Observe sempre suas próprias ideias,
Pra que assim você possa ir enfrente,
Sem se preocupar em se desculpar,
E nunca torne dispensável o sentimento,
Que está invadindo o cansaço de quem está ao seu lado.
O copo estava pela metade,
Quis enche-lo até a borda,
Te escolhi pra beber junto comigo,
Mas você bebeu rápido demais,
E o que era pra ser um acalento,
Me fez chorar sem entender o porque,
Talvez fosse raiva, talvez só desalento,
Talvez apenas um jeito de entender,
Que além da janela eu não possa contar com você.
Estou contemplando meu próprio epitáfio,
Onde o que se entende,
É que nesta minha passagem por aqui,
As vezes fui feliz, as vezes não.
18/03/22
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